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sexta-feira, agosto 27, 2010

120 anos de Man Ray

Baseado em uma reportagem que o MoMA fez a respeito desde grande artista, trago aqui a minha contribuição, já que hoje fazem exatos 120 anos do nascimento deste pintor e fotógrafo norte-americano.
Man Ray, nick de Emmanuel Radnitzky, nasceu em South Philadelphia, Pensilvania, filho de imigrantes russos de origem judia. A família Radnitzky foi obrigada a mudar de nome, já que havia uma discriminação étnica anti-semitista na época. Manny era o apelido de Emmanuel, que mais tarde adotou o pseudônimo de Man Ray.

Fonte: Wikipedia em inglês - tradução

Man Ray teve contato com a arte desde tenra idade, quando estudava ainda no Boy's High School, de 1904 a 1908, onde ensinavam técnicas básicas de desenho técnico. Isso além de ir a museus de Arte para analisar a obra de grandes mestres da pintura, o que consequentemente fez com que ele optasse por uma carreira artística em detrimento da arquitetura, ofertada como bolsa de estudos para ele.
Sendo assim, Man Ray tinha aspirações de se tornar um artista profissional, e já trabalhava em ilustrações para algumas empresas em Manhattan.
Seus primeiros desenhos eram feitos sob o estilo de artistas do século XIX, mas com o passar do tempo, quando passou a frequentar esporadicamente o National Academy of Design e o Art Students League; e mais tarde, em 1912, o Ferrer School, Man Ray começou a se desenvolver artisticamente, criando enfim o seu próprio estilo.
Já em 1913, conheceu e tornou-se amigo de Marcel Duchamp, que lhe propôs a ideia de fazer pinturas que retratassem o movimento (não preciso lembrar que o Futurismo é dessa época). Isso se nota bem na obra chamada "A corda dançarina acompanha a si mesma com Sombras" (The Rope Dancer Accompanies Herself with Shadows), de 1916.


Em 1915 tem a sua primeira exposição individual e em 1918 começa os seus experimentos com fotografia.
Deixando um pouco a pintura de lado, Man Ray passa a se envolver com o movimento dadaísta, contribuindo mais no sentido da Fotografia, no experimento e manipulação de imagens. Mas assim como Duchamp, conhecido por criar o conceito do "ready made" (que significa "já pronto", no qual objetos do cotidiano passam a ser usados como obras de arte sob um contexto diferente daquele ao qual usualmente são destinados), Man Ray realizou algumas obras nesse sentido também, a exemplo da obra "The Gift", de 1921, "Enigma of Isidore Ducasse" e "Aerograph", feito de caneta aerográfica sobre vidro, de 1919.





Ray juntou-se a Duchamp para publicar uma edição edição do New York Dada em 1920. Man Ray alegou que os experimentos dadaístas não eram páreo para as selvagens e caóticas ruas de Nova Iorque, e escreveu "Dada não pode viver em Nova Iorque. Toda Nova Iorque é dada, e não tolerará um rival". Sendo assim, Man Ray mudou-se para Paris já em 1921.
Estabeleceu-se em Montparnasse, onde conheceu muitos artistas europeus, e nos próximos 20 anos deixaria a sua marca na fotografia. Várias pessoas famosas na época posariam para as suas lentes, dentre elas James Joyce (poeta irlandês influente), Gertrude Stein (uma famosa colecionadora de arte e conhecida entre os artistas parisienses - a qual aparece no filme Modigliani, como uma simpática senhora com uma bengala), Jean Cocteau (artista e poeta francês), Bridget Bate Tichenor (pintora mexicana) e Antonin Artaud (ator e poeta francês).
Com Jean Arp, Max Ernst, André Masson, Juan Miró e Pablo Picasso, Man ray participou da primeira exibição surrealista na Galerie Pierre, em Paris, 1925. Trabalhos dessa época incluem "metronomo com um olho" (metronome with an eye), originalmente entitulado "objeto para ser destruído" (Object to Be Destroyed). Outro importante trabalho dessa etapa da vida de Man Ray é o "Violon d'Ingres" (1924), uma deslumbrante fotografia de Kiki de Montparnasse (que foi amante de Man Ray), inspirada no artista neo-clássico e músico Ingres. O trabalho é um exemplo popular de como Man Ray poderia justapôr diferentes elementos na sua fotografia no sentido de gerar significado.


Junto a Lee Miller, que era sua assistente e amante, Man Ray inventou a técnica da solarização. E também criou uma técnica usando fotogramas que ele chamava de raiografias, que ele descrevia como "puro dadaísmo".

Man Ray dirigiu uma série de curtas de vanguarda, conhecido como Cinéma Pur, tais como: Le Retour à la Raison (2 mins, 1923); Emak-Bakia (16 mins, 1926); L'Étoile de Mer (15 mins, 1928); and Les Mystères du Château de Dé (20 mins, 1929). Man Ray também auxiliou Marcel Duchamp com o seu filme Anemic Cinema (1926) e Fernand Léger no seu filme Ballet Mécanique (1924). Man Ray também apareceu no filme de René Clair, Entr'acte (1924), em uma breve cena jogando xadrez com Duchamp.

Morreu em 1976 de uma infecção pulmonar. Na sua lápide estava escrito: Despreocupado, mas não indiferente.

Citações:

"Eu não fotografo a Natureza, fotografo as minhas visões."

"Eu pinto o que não pode ser fotografado, que vem da imaginação ou dos sonhos, ou do inconsciente.

"Eu fotografo as coisas que eu não desejo pintar, as coisas que já tem uma existência."

"Eu sou acusado de ser um humorista, mas a mais bem sucedida arte para mim envolve o humor."

"Um original é uma criação motivada pelo desejo. Qualquer reprodução de originais é motivada pela necessidade. É maravilhoso que nós somos a única espécie que cria formas sem fundamento. Criar é divino, reproduzir é humano."

Artigo do MoMa: traduzido para o Português. Versão em inglês disponível aqui.

O Museu de Arte Moderna, MoMA destaca, Nova Iorque: O Museu de Arte Moderna, revisado em 2004, publicado originalmente em 1999, p. 126.

Um fotograma é uma figura feita no papel fotográfico sem o auxílio de uma câmera. Para fazê-lo, Man Ray expos o papel a luz pelo menos três vezes. Cada vez uma diferente série de objetos agiam como um estêncil: um par de mãos, um par de cabeças se beijando, e duas bandejas, que eram vistas quase como se estivessem se beijando com as suas quinas. A cada exposição, o papel escurecia onde não era marcado.

"É impossível dizer quais planos da figura podem ser interpretados como sendo próximos ou profundos no espaço. A figura é uma invenção visual: uma imagem sem um modelo real para nós compararmos." , nota o curador John Szarkowski. Um surrealista poderia dizer, em vez disso, que isso revela uma realidade mais preciosa, já que é invisível.

Man Ray alegou ter reinventado o fotograma não muito depois de ter emigrado de Nova Iorque para Paris em 1921. Portanto, de fato, a prática já existia desde os primeiros dias da fotografia, ele estava se justificando no senso artístico, nas suas mãos o fotograma não era apenas uma cópia mecânica, mas uma aventura imagética imprevisível. Ele chamava seus fotogramas de "raiografias."
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